A relação do paciente com a comida, a taxa de retorno ao consultório após a cirurgia bariátrica, o uso de vitaminas e outros suplementos, além de outras questões envolvendo a obesidade foram alguns dos temas abordados durante o Barilive desta terça-feira (31), que teve como tema os cuidados pós-operatórios tardios. Cerca de 3 mil pessoas acompanharam o debate ao vivo, que contou com a participação dos cirurgiões bariátricos Wilson de Barros Cantero e Marçal Rossi, mediado pelo também cirurgião e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, Eudes Godoy.
Os cirurgiões reforçaram que o acompanhamento do paciente, após o procedimento pelo médico e pela equipe multidisciplinar é um dos diferenciais para o sucesso da cirurgia a longo prazo. Marçal Rossi disse que a porcentagem de retorno de pacientes ao consultório é muito baixa após a cirurgia. No período de dois anos após o procedimento, metade dos pacientes ainda comparecem ao consultório. Entretanto, após cinco anos, essa taxa não ultrapassa 20%.
Wilson de Barros Cantero destacou que quando ocorre a perda de vínculo com a equipe multidisciplinar, em geral, é quando o paciente corre o risco de recuperar o peso perdido. “O paciente fica com vergonha de ter engordado e não aparece mais no consultório”, relata Marçal.
Doença crônica
Eudes enfatizou que a obesidade é uma doença que não tem cura e por isso exige acompanhamento constante para que não volte. “A obesidade é uma doença crônica e precisa ser tratada. Clinicamente ou cirurgicamente”, complementou Marçal.
Os cirurgiões comentaram que pessoas que fizeram cirurgia bariátrica e enfrentam problemas de mastigação, vícios alimentares, dificuldades para deglutir ou engolir os alimentos precisam passar por uma nova supervisão médica, uma vez que o objetivo do procedimento não é acabar com o prazer da alimentação, apenas que o paciente saiba se alimentar adequadamente e em porções menores. “Precisa acabar com essa ideia de que, com a cirurgia bariátrica, comer vai ser sempre um sacrifício. Que o paciente vai ser privado de tudo”, criticou Eudes.
Cantero justificou que o que precisa ser modificada é a relação do pa
ciente com a comida e aí, mais uma vez, a necessidade do acompanhamento com a equipe multidisciplinar. “O paciente precisa perceber que há outras coisas além da comida ao seu redor”, ponderou.
Proposta
O Barilive é uma nova proposta da diretoria da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica para informar a população sobre temas relacionados à cirurgia bariátrica. As transmissões são semanais, sempre às terças-feiras, às 20 horas.
Na próxima terça-feira, 7 de novembro, o assunto do Barilive será Transtornos alimentares.