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Efeitos da pandemia, gordofobia e dor social são debatidos em Congresso na Bahia

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Foto: Divulgação

A saúde mental de pessoas com obesidade, os efeitos da pandemia nesta população, a gordofobia e a dor social foram abordados na manhã do primeiro dia do XXII Congresso Brasileiro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Para os especialistas, a iminência de uma pandemia de obesidade precisa de participação ativa de profissionais da saúde mental.

Segundo Ana Lucia Ivatiuk, a pandemia agravou ainda mais os quadros de obesidade e problemas psicossociais associados ao excesso de peso. 

“Precisamos encontrar e ajudar essas pessoas, levá-las ao equilíbrio. Vemos muitos adotando posturas extremistas e isso traz mais sofrimento mental. Se nós não ajudarmos essas pessoas, teremos um cenário que não desejo ver que é de uma pandemia de obesidade”, explica Ana.

Além das comorbidades associadas ao excesso de peso, a obesidade também implica em pressões sociais e emocionais que se traduzem popularmente como a gordofobia. O tema foi abordado pela psicóloga Luciane Fernandes, autora de uma série de livros e trabalhos sobre o assunto. 

“A gordura está socialmente associada ao desleixo, preguiça e falta de vontade. Isso não é verdade e não é justo! A pessoa que vê de fora está considerando apenas a estética sem levar em consideração todo o esforço daquele indivíduo”, comenta Luciane Fernandes.

Durante o debate, os profissionais também refletiram sobre os casos que chamaram atenção nos últimos anos em seus consultórios. “Ela falou a frase que nunca queria ter ouvido de ninguém. ‘Eu agradeço a Deus pela pandemia porque assim não preciso sair na rua todo dia’. E isso me marcou muito”, conta a psicóloga Luciane.

Também desdobrando esse tema, o psicólogo Alaelçon Gomes Barbosa trouxe dados sobre dor social, explicou sobre os mecanismos de ação da dor no cérebro e como a exclusão social ativa as mesmas regiões neurais da dor física. 

“Esses indivíduos que convivem com a dor social também têm maior suscetibilidade à dor física. A resposta, às vezes grosseira, faz parte da estratégia de sobrevivência para esses indivíduos, à sociedade e seus grupos”, reflete. “Precisamos pensar em propósitos. Importante que comecemos, como profissionais, a levar isso aos nossos pacientes”, complementa o psicólogo.

 

Efeitos do estigma social 

Um periódico científico publicado neste ano pela Nature Medicine, assinado por mais de 100 instituições de todo o mundo, incluindo a SBCBM, constatou que o preconceito contra a obesidade compromete a saúde, dificulta o acesso de pessoas acima do peso ao mercado de trabalho e a tratamentos adequados, afeta suas relações sociais e a saúde mental.

Dados desta revisão apontam que entre os adultos obesos, cerca de 19% a 42% sofrem com a discriminação. A taxa é maior principalmente entre as mulheres e naqueles em que o Índice de Massa Corporal (IMC) é maior.

Entre as crianças, os efeitos do estigma social também é preocupante. Estudos apontam que crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade vítimas de bullying são significativamente mais propensos a sofrer com ansiedade, baixa autoestima, estresse, isolamento, compulsão alimentar e depressão se comparado com adolescentes magros.

 

Cirurgia bariátrica é opção de tratamento 

A cirurgia bariátrica é uma opção de tratamento para pacientes que não conseguiram controlar a doença apenas com o tratamento clínico convencional. É considerado o tempo de doença diagnosticada e considera-se o Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 35 kg/m² e 39,9 kg/m², com comorbidades, ou pacientes com IMC igual ou maior do que 40 kg/m², com ou sem comorbidades, como requisitos para indicação do procedimento.

Além da perda de peso, a cirurgia traz benefícios como a remissão das doenças associadas à obesidade, incluindo diabetes tipo 2 e hipertensão, diminuição do risco de mortalidade, aumento da longevidade e melhora na qualidade de vida e dos efeitos psicossociais da doença.

 

XXII Congresso Brasileiro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica

Cerca de 2.500 profissionais de saúde – entre cirurgiões, nutricionistas, educadores físicos, psicólogos e psiquiatras – irão debater novas tecnologias e avanços no tratamento da obesidade, entre os dias 27 e 29 de outubro, em Salvador.

Entre os principais temas a serem abordados estão a ampliação da indicação para a cirurgia bariátrica para pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) a partir de 35 kg/m², sem a presença de qualquer doença e para pacientes com diabetes fora do controle e IMC maior que 30.

A cirurgia em idosos e adolescentes, bem como a cirurgia robótica, dietas para pacientes veganos, compulsão e as técnicas mais eficazes para determinados tipos de pacientes estão entre os temas. A programação inclui mais de 220 mesas redondas, 273 palestrantes, sendo 13 internacionais, 5 cursos e 3 simpósios.

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