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Especialistas debatem motivos que levam pacientes voltarem a ganhar peso após cirurgia bariátrica

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Cerca de 15% dos pacientes que passaram por cirurgia bariátrica, após cinco anos, não conseguem manter os resultados obtidos com a redução de peso, um processo conhecido como recidiva da obesidade. Os motivos – técnicos, metabólicos e psicológicos – que levam este grande volume de pessoas a voltar a engordar foi tema do curso “Entendendo e Tratando a Recidiva da Obesidade”, que abriu nesta quarta (04.10) o XVIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, que acontece até o sábado (07), em Florianópolis e é promovido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). O número de procedimentos vem crescendo ano após ano no Brasil: em 2016, foram realizadas cerca de 100 mil cirurgias bariátricas no pais, um aumento de 7,5% em relação a 2015, segundo dados fornecidos pela SBCBM.

Um dos maiores nomes da área de cirurgia minimamente invasiva, o dr. Michel Gagner detalhou aos médicos presentes uma série de estudos e resultados obtidos com a gastrectomia vertical *também conhecida como sleeve) – técnica que remove cerca de dois terços do estômago sem mexer no intestino – especialidade de Gagner. Segundo ele, há uma tendência mundial dos pacientes para pedir este procedimento: “nos Estados Unidos, o volume deste procedimento é 30% é três vezes maior do que a de by-pass gástrico, que era a dominante no país há alguns anos”, explicou Gagner.

Gagner tem sido um visitante frequente no Brasil desde 1992 e acompanha de perto a evolução dos procedimentos no país. “Vejo que os médicos no Brasil ainda são bem conservadores com relação à escolha pela cirurgia sleeve, mas isso deve evoluir nos próximos anos, pois o volume de pessoas que precisam de uma cirurgia bariátrica chegou a níveis epidêmicos e precisamos de um procedimento que possa ser feito com mais rapidez e traga menos riscos”, opina. Reconhecido por suas contribuições no campo da Cirurgia Minimamente Invasiva, Gagner foi co-cirurgião para a primeira colecistectomia robótica transatlântica mundial, entre Nova York e Estrasburgo (França). “Do ponto de vista técnico, vejo cada vez mais excelência nos procedimentos realizados no Brasil, que está atingindo um nível de ponta internacional. E isso se deve também a eventos como o Congresso da Sociedade de Cirurgia Bariátrica, que mostram os trabalhos dos profissionais – e nós estamos acompanhando o que está acontecendo no Brasil”.

Opinião da SBCBM

O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, Caetano Marchesini, discorda da opinião de Gagner no que se refere a gastrectomia vertical.

“O Brasil sempre esteve atento e à frente dos avanços da cirurgia bariátrica no mundo. Quando os EUA começou a fazer a banda gástrica, acreditando que era o grande novo procedimento, o Brasil por exemplo já havia parado com esta técnica”, conta Marcehsini. Segundo ele, o mesmo movimento está acontecendo com a gastrectomia vertical. “Os estudos mais recentes apontam que um dos efeitos da gastrectomia vertical é a recidiva da obesidade, tema deste painel. Não somos conservadores, mas estamos atentos aos resultados”, completou Marchesini.

Tratamento deve ser multidisciplinar

Diversos pesquisadores que apresentaram estudos no curso foram enfáticos ao defender a atuação damultidisciplinar – endocrinologistas, cirurgiões, psiquiatras, nutricionistas – para acompanhamento dos pacientes. “O problema da recidiva faz parte da doença. E é isso que precisamos entender: o procedimento não é a cura, pois uma parcela dos pacientes tratados não vão responder adequadamente e necessitarão de uma terapia complementar, como drogas, procedimentos endoscópicos, apoio psicológico e eventualmente nova cirurgia. Temos que nos mobilizar em conjunto e oferecer o melhor conjunto de medidas de tratamento”, opina o dr. Maurício Emmanuel Gonçalves Vieira.

Para o médico psiquiatra Hélio Tonelli, o seguimento ideal pós-operatório é mesclar farmacoterapia e acompanhamento psicológico: “em 10 anos atuando na área, aprendi a complexidade do assunto: vários fatores comportamentais são responsáveis pela recidiva da obesidade, como a perda de controle na alimentação, baixa qualidade de vida e falta de acompanhamento pós-operatório”. Traços de personalidade do paciente são essenciais para entender o melhor tratamento, pois algumas pessoas tem naturalmente mais dificuldade em aderir a rotinas de atividade física, “o que sabemos é que o automonitoramento de atividades e o controle sobre impulso e hábitos alimentares ajuda a manter a perda de peso depois da cirurgia”.

A educadora física, Cristina Aquino Machado, destacou evidências que apontam a necessidade de um acompanhamento técnico e físico após a cirurgia: “não fazer exercício físico e ter comportamento sedentário engorda. A vantagem da atividade física vai muito além disso: tem impacto nos parâmetros metabólicos. Mas o exercício físico tem que ser planejado, repetitivo e com metas realistas, pois o melhor treino é aquele que o paciente efetivamente faz”.  Cristina recomenda que todo o trabalho que envolva exercícios tenha acompanhamento de outros profissionais, como nutricionistas e endocrinologistas, “pois o fato de o paciente estar sedentário pode ter outros motivos, psicológicos ou mesmo físicos”.

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