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Obesidade põe em risco saúde de gestantes e bebês

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Foto: André Borges / Agência Brasília

A obesidade é uma das principais causas de infertilidade em mulheres que têm o sonho de se tornar mães. Segundo levantamento com dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), do Ministério da Saúde, a obesidade cresceu entre a população de mulheres em idade fértil nos últimos anos. Em 2022, já são 33,6% da população monitorada pelo sistema ante 27,5% em 2018.

O excesso de peso pode levar a desequilíbrios hormonais que afetam a ovulação e prejudicam a fertilidade feminina. Além disso, a obesidade aumenta o risco de complicações na gestação, como diabetes gestacional, hipertensão e pré-eclâmpsia. No entanto, a perda de peso – seja pelo tratamento clínico ou cirúrgico – pode ajudar as mulheres a perder peso e melhorar a saúde reprodutiva.


Consequências da obesidade na gestação

As complicações na gestação ocasionada em mulheres com obesidade grave não são uma novidade. É comum a presença de complicações como a eclampsia, um pico de pressão alta que pode alterar o fluxo sanguíneo do cérebro, levar a convulsão e até a morte.

Foi o que aconteceu com a enfermeira Mariana Parra, de São Paulo (SP), que foi hospitalizada ao final da gestação, às pressas, após um pico de pressão, e precisou ser submetida a uma cesárea de emergência. Segundo a mãe, a experiência como profissional da saúde foi determinante para salvar a própria vida e a do bebê.

“O que salvou a minha vida e a do meu filho foi buscar o atendimento médico rápido. Foram algumas horas entre os primeiros sintomas e o parto. A médica disse que o Felipe teria que nascer naquela noite. Para proteger o meu cérebro usaram sulfatação, que altera função cardíaca e renal, e mais medicações para baixar a pressão enquanto preparavam a cirurgia”, conta. “Entrei no centro cirúrgico com pressão 22 por 15. Após a anestesia, que naturalmente causa uma queda de pressão, foi para 9 por 5. Fizeram a cesariana e ele não chorou. Por causa da diminuição brusca da pressão ele passou por reanimação e na aspiração teve uma convulsão e foi para a UTI neonatal”, completa Mariana que também foi encaminhada para a UTI após o parto. Hoje, ambos estão bem e saudáveis.

A luta de Mariana para controlar o excesso de peso na balança vem desde a infância, com os primeiros inibidores de apetite; na adolescência com dietas e enfrentando o efeito sanfona; e na fase adulta com medicamentos, como o liraglutida, e o uso de balão intragástrico. Todas as estratégias para controlar a obesidade falharam com reganho de peso após alguns meses. Mesmo diante da dificuldade do parto, a relação de Mariana com a obesidade não mudou. “Estava na moda respeitar todos os corpos”, conta.

Seis meses após voltar ao trabalho, com o começo da pandemia, tendo que atuar como enfermeira na linha de frente, ela decidiu definitivamente perder peso e fez uma cirurgia bariátrica após a liberação das cirurgias eletivas.

Mariana com o filho Felipe │ Foto: Acervo pessoal

“O fator determinante foi observar que os pacientes jovens que faleceram em decorrência da COVID-19 tinham em comum a obesidade. Era impossível não me identificar. Fiquei com medo. Eu precisava fazer algo a respeito”, conta Mariana que operou em São Paulo com a cirurgiã bariátrica Dra. Carolina Batista.

“A perda de peso através da cirurgia bariátrica vai aumentar a fertilidade e também tornar possível uma gestação mais tranquila, com menos complicações e risco. Diminui as chances de precisar de uma cesárea de emergência ou complicações durante o parto”, explica a cirurgiã bariátrica.

Hoje, após a cirurgia bariátrica, a enfermeira conta que tem uma vida mais tranquila e saudável, consegue praticar atividades físicas, brincar com o filho, além da melhora da autoestima e vaidade.

“O que mais mudou foi o meu condicionamento físico. Consigo brincar com o meu filho. Nunca mais tive nenhum problema de pressão. Consegui fazer coisas que nunca imaginei, corri 10 km, fiz provas de corrida, entrei em brinquedos com o meu filho. Isso tudo foi a cirurgia bariátrica que me proporcionou. O meu único arrependimento foi não ter feito antes”, finaliza Mariana.

Com obesidade, o ideal é planejar

Especialistas de diferentes sociedades médicas que atuam no tratamento da obesidade são unânimes em dizer que a doença é fator determinante para uma gravidez de alto ou baixo risco e, até mesmo, para a melhora da fertilidade.

“A redução de peso proporcionada pela cirurgia bariátrica pode melhorar a fertilidade feminina, já que o excesso de tecido adiposo interfere na produção hormonal dos ovários e dificulta a ovulação”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Dr. Antônio Carlos Valezi. “Além disso, a perda de peso proporcionada pela cirurgia gera a remissão de doenças como diabetes, hipertensão e outros”, completa.

O presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Dr. Paulo Miranda, também comenta a importância da avaliação antes e depois da perda de peso e do acompanhamento com especialistas.

“Se a mulher tem sobrepeso ou obesidade e tem dificuldade de engravidar, ela precisa fazer uma análise. Pode começar com o ginecologista e endocrinologista, que irão fazer uma avaliação do motivo pelo qual ela apresenta aquela dificuldade de fertilidade, aquela alteração do ciclo menstrual”, orienta. Segundo ele, uma das principais comorbidades associadas à obesidade é a síndrome dos ovários policísticos, em que ocorre a falta de ovulações e o tratamento muitas vezes consegue reverter.

Ele reforça que a perda de peso eficaz antes da gravidez reduz o risco durante a gestação para a mãe e o bebê, que pode crescer mais do que o esperado, interferindo no no momento do parto, entre outros problemas. “É importante para que a gestação ocorra da melhor maneira e para que a gestante tenha a vivência plena desse momento único na vida de uma mulher. Além disso, é fundamental no pós-parto ter a certeza de que foi bem cuidada e esteja bem, já junto do seu filho ou sua filha, ao lado da família”, destaca Miranda.

Essa foi a experiência da professora Franciele Tortato, de Curitiba (PR), que realizou a cirurgia antes de engravidar. Quatro anos após a cirurgia bariátrica, e com 50 quilos a menos, ela descobriu uma gravidez de gêmeos que correu com tranquilidade durante toda a gestação.

“Três meses após interromper as injeções anticoncepcionais, nós descobrimos a gravidez. Tive acompanhamento médico com especialista em gravidez de risco, fiz as suplementações de vitaminas corretamente e não tivemos nenhuma intercorrência. As gêmeas nasceram com 2,5 kg e foram direto para o berçário. O desenvolvimento foi muito saudável”, relembra.

O cirurgião bariátrico responsável pelo procedimento, Dr. José Alfredo Sadowski, enfatiza como a perda de peso pode reduzir o risco de complicações na gravidez, mas ele lembra que as mulheres que realizam a cirurgia bariátrica precisam esperar de 18 a 24 meses após a cirurgia antes de tentar engravidar.

“Esse tempo é necessário para que o corpo se adapte à nova realidade e para que a perda de peso seja controlada e saudável. Durante a gestação, a mulher precisa manter o acompanhamento com a equipe multidisciplinar e adequar as necessidades de suplementação vitamínica”, finaliza Sadowski.

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