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Pacientes de cirurgia bariátrica terão acesso a cuidado multidisciplinar

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A partir de janeiro de 2014, os beneficiários de planos de saúde individuais e coletivos terão direito ao cuidado integral da saúde e ao tratamento multidisciplinar. A medida significa cobertura obrigatória de consultas com fisioterapeutas, além da ampliação do número de consultas e de sessões (de seis para 12) com profissionais de especialidades como fonoaudiologia, nutrição, psicologia e terapia ocupacional.

Esse é um dos destaques do novo rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), anunciado no último dia 21 de outubro pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e pelo diretor-presidente da ANS, André Longo. Pacientes que queiram se submeter à cirurgia bariátrica, por exemplo, terão direito a 12 sessões de psicologia.

A expectativa dos profissionais de saúde envolvidos com a cirurgia bariátrica é que a resolução venha a beneficiar, de maneira especial, as pessoas que queiram se submeter ao procedimento. Isso porque elas passarão a ter um acompanhamento multidisciplinar nas fases pré e pós-operatórias, o que, segundo afirmam, é fundamental para o sucesso do resultado da intervenção cirúrgica.

Na opinião da nutricionista Alessandra Coelho, vice-presidente da Comissão das Especialidades Associadas (COESAS), a medida pode ser considerada um benefício tanto para os usuários de planos de saúde quanto para o sistema de saúde pública do País. E afirma: “A inclusão dessas especialidades pode minimizar ou evitar custos futuros com doenças crônicas, pois o acesso ao tratamento multidisciplinar ajuda a prevenir complicações do pós-operatório.”

Novas coberturas dos planos de saúde

Além dessa novidade, o novo rol da ANS prevê a inclusão de mais 87 procedimentos – incluindo 37 medicamentos orais para o tratamento domiciliar de diferentes tipos de câncer e 50 novos exames, consultas e cirurgias – que devem ser obrigatoriamente oferecidos pelos planos de saúde individuais e coletivos aos seus beneficiários. Todas essas novas incorporações, que entram em vigor em janeiro do ano que vem, vão beneficiar 42,5 milhões de usuários com planos de saúde de assistência médica e outros 18,7 milhões com planos exclusivamente odontológicos.

A importância do tratamento multidisciplinar da obesidade

Em função da complexidade do atendimento ao paciente obeso mórbido, representantes das especialidades que fazem parte do tratamento multidisciplinar da obesidade têm promovido encontros com dois principais objetivos: criar um código de conduta específico da categoria e atrair cada vez mais profissionais interessados em lidar com essa doença, que é um grave problema de saúde pública no País.

Confira o que quatro especialistas, cada qual de uma área específica, falam das peculiaridades de seu trabalho durante as assistências pré e pós-operatórias no tratamento da obesidade.

Nutrição – Um dos fatores importantes para o sucesso da cirurgia está relacionado com mudanças de hábitos alimentares. Por isso a necessidade da presença de um nutricionista no acompanhamento multidisciplinar dos pacientes bariátricos, que, claro, devem receber tratamento individualizado.

Segundo a nutricionista Alessandra Coelho, vice-presidente da COESAS, é necessário respeitar questões de religião, costumes regionais e modos de comportamento, por exemplo. Ela afirma que essas características influenciam os hábitos alimentares das pessoas e por isso devem ser consideradas na prescrição da dieta. “O manejo nutricional no primeiro ano após a cirurgia deve ser adequadamente conduzido. Como é o período de maior redução de peso, é preciso saber equilibrar os níveis de proteínas e vitaminas”, ressalta Alessandra.

Psicologia – Uma das contribuições dos psicólogos é o desenvolvimento de um trabalho psicoeducacional com pacientes bariátricos, com o intuito de conscientizar o paciente de que ele precisa compreender os motivos conscientes e inconscientes da má alimentação, do sedentarismo, da falta de energia que pode estar associada a um quadro de depressão, do isolamento social causado pela obesidade, por exemplo. Só assim é possível uma mudança de estilo de vida por hábitos mais saudáveis.

Vale lembrar que o excesso de peso está associado a uma série de doenças que comprometem a qualidade da vida emocional. “O apoio familiar e dos amigos é fundamental para os bons resultados do processo de emagrecimento e para a manutenção do peso dessas pessoas”, afirma a psicóloga Isabel Paegle, coordenadora executiva da área de Psicologia da COESAS. E esse suporte familiar e social é também fundamental para evitar o reganho de peso dos pacientes operados.

Outro aspecto a ser considerado é a possibilidade da troca de uma compulsão por outra – quando, por exemplo, o paciente passa a beber ou a fumar mais para compensar a falta da comida, o que, em psicanálise, chama-se deslocamento de um sintoma psíquico para outro. Por isso a importância das sessões de psicoterapia, antes e depois do procedimento cirúrgico, que ajudam o paciente a entender que a saciedade imposta pela cirurgia pode levar a uma insatisfação alimentar.

Como explica Isabel, o acompanhamento anterior e posterior à realização da cirurgia é uma oportunidade valiosa para trabalhar os comportamentos socialmente aceitos, como ingestão de álcool, que, segundo a especialista, pode prejudicar a plena recuperação do paciente bariátrico.

Fonoaudiologia – A atuação dos fonoaudiólogos no tratamento da obesidade está principalmente relacionada ao trabalho de conscientizar, treinar e reabilitar o indivíduo para realizar as funções orofaciais de mastigação, deglutição, respiração, sucção e fala de forma eficiente para uma nova modalidade de alimentação, contribuindo, assim, na busca da estabilidade nutricional e na prevenção de riscos à saúde. “Como há uma redução significativa na capacidade gástrica, os pacientes bariátricos necessitam aprender uma nova maneira de realizar essas funções, visto que a ingestão de alimentos sólidos requer uma mastigação e, consequentemente, uma deglutição correta”, explica Marlei Braude Canterji, coordenadora executiva de Fonoaudiologia da COESAS e fonoaudióloga do Grupo de Estudos das Cirurgias de Obesidade e Metabólica (GECOM) do Rio Grande do Sul. Um dos grandes desafios é tornar algo automático, como a mastigação, uma função consciente e realizada da maneira adequada, principalmente quando trabalhamos com pacientes adultos.

Fisioterapia – “A fisioterapia tem um papel fundamental para ajudar a melhorar o organismo como um todo”, afirma a fisioterapeuta Carolina Boeira Vargas, integrante da COESAS e do Centro da Obesidade Mórbida e Síndrome Metabólica do Hospital São Lucas, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Pacientes obesos geralmente possuem problemas musculoesqueléticos e articulares, que atrapalham as tarefas do dia a dia, como amarrar os tênis, pentear o cabelo, subir e descer escadas.

A fisioterapia auxilia, de forma ativa, na melhora da execução dessas atividades por meio de técnicas facilitadoras para a promoção da saúde física – que visam à recuperação das funções motora e respiratória.

Em pacientes bariátricos, o fisioterapeuta tem atuação importante em todas as etapas do acompanhamento multidisciplinar: na pré-operatória, para fortalecer as funções pulmonar e física; na transoperatória, cuidando para que sua recuperação seja a melhor possível, e na pós-operatória, ajudando na recuperação das condições cardiorrespiratória e musculoesquelética desses pacientes.

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